Projeto Político Pedagógico da Escola Família Agrícola Dom Fragoso:Habilitação em Agropecuária - Regime de Alternância

AEFAI
ASSOCIAÇÃO ESCOLA FAMÍLIA AGRÍCOLA DE INDEPENDÊNCIA


Projeto Político Pedagógico


ESCOLA FAMÍLIA AGRÍCOLA DOM FRAGOSO
INDEPENDÊNCIA - CE
MARÇO – 2009


ESCOLA FAMÍLIA AGRÍCOLA
DOM FRAGOSO



Projeto Político Pedagógico





ENSINO FUNDAMENTAL E EDUCAÇÃO PROFISSIONALIZANTE INTEGRADA AO ENSINO MÉDIO
Habilitação em Agropecuária - Regime de Alternância










INDEPENDÊNCIA - CE
MARÇO DE 2009


ÍNDICE

1.0 – IDENTIFICAÇÃO:
1.1 - Estabelecimento Escolar
1.2 - Legalização Escolar:
1.3 - Entidade mantenedora:
1.4 -  Data da Fundação
1.5  - Nº do título de Utilidade Pública
1.6 - CNPJ
1.7 -  Níveis  de Ensino
1.8  - Origem   - histórico
1.9  - Infra-estrutura
1.10 – Recursos Financeiros
2.0 – JUSTIFICATIVA
3.0 – OBJETIVOS
4.0 – PROPOSTA PEDAGÓGICA
4.1 – Os quatro pilares da Pedagogia da Alternância
4.2 – Plano de Formação
4.3 – Instrumentos Pedagógicos: Plano de Estudo, colaboradores na Formação – uma rede de co-formadores.
5.0 – SISTEMA DE APRENDIZAGEM E AVALIAÇÃO
6.0 – ESTRUTURA DE FUNCIONAMENTO
6.1 – Calendário Escolar(dias letivos, feriados)
6.2 – Proposta Curricular
6.3 – Corpo Docente e Técnico
6.4 – Corpo Discente
7.0 – GESTÃO ADMINISTRATIVA E PARCERIAS.
CONCLUSÃO



















  1. IDENTIFICAÇÃO:

1.1 – Estabelecimento Escolar:

Nome: Escola Família Agrícola Dom Fragoso
Endereço: Comunidade Santa Cruz, CEP 63.640-000  Independência – Ceará.
Diretora: Ana Mirta Alves de Araújo
Coordenadora Pedagógica: Taciana Araújo Cavalcante

1.2 - Legalização Escolar:
Autorização de funcionamento: Parecer nº 707/2005 Resolução 430/2009 CEE 
Início de funcionamento: 2002

1.3 - Entidade Mantenedora:

Nome: Associação Escola Família Agrícola de Independência – AEFAI.
Endereço: Comunidade Santa Cruz, CEP 63.640-000  Independência – Ceará.
Presidenta: Maria Gonçalves de Oliveira

1.4 - Data da fundação: 12/11/2001
1.5 - Utilidade Pública Municipal: Lei Municipal nº 160/2007
        Utilidade Pública Estadual: Lei 13963 /2007
        Utilidade Pública Federal: 1.475/2007

1.6 – CNPJ: 04.862.598/0001-89

1.7 - Nível de Ensino:
 Ensino Fundamental II – 8º ao 9º ano
 Educação Profissionalizante integrada ao Ensino Médio: 1º ao 3º ano
 Regime de internato – Atividade em todos os turnos (de 07 h as 21 h)

1.8 - ORIGEM E HISTÓRICO

 Origem da Pedagogia da Alternância

Em 1935, no interior da França, um grupo de agricultores se organizou em uma Associação, reunindo pais e mães, desejosos em oferecer a seus filhos e filhas, uma formação diferenciada, tendo por princípio a gestão compartilhada pelas famílias envolvidas e interessadas; por metodologia, a alternância – períodos de formação na escola, sucedidos por períodos formativos na família e comunidade - e por finalidade ,a formação global da pessoa e o desenvolvimento local.

A agricultura francesa, dos anos 20 e 30, sofria uma forte transformação a nível econômico, tecnológico e social. Foi nesta época, que se ampliou o êxodo rural como despovoamento de numerosos povoados rurais e do mundo rural em geral. Por outro lado, havia entidades preocupadas com o desenvolvimento rural e buscavam a organização dos agricultores/as, em movimentos sindicais, associações e cooperativas independentes, geridas pelos próprios agricultores/as.

Na circunstância de crise e lutas por superações, nasce a “Maison Familiale Rurale” que foi traduzida no Brasil como Casa Familiar Rural e Escola Família Agrícola. O conceito Maison = Casa foi aplicado para diferenciar da escola, que existia e não correspondia à necessidade do campo. Historicamente, a primeira experiência foi numa Casa Familiar. O termo Família corresponde ao fato de ser uma organização de famílias e o termo Rural está vinculado ao meio e ao alvo da experiência.

Atualmente, a França possui, ao redor de 450 estabelecimentos, atendendo a vários níveis dos setores sócio-produtivos do meio rural, diversificando a formação para mais de 40 profissões.

A expansão:
     A experiência bem sucedida na França foi, no final dos anos 60, se expandindo para a Itália e Espanha, mudando sua denominação para Escola Família Agrícola e Centros Profissionais Agrícolas.

No limiar do século XXI, as Unidades Educativas por Alternância estão presentes nos 05 continentes, em quase 30 países, somando ao redor de 1000 unidades.

A Pedagogia da Alternância no Brasil - Escola Família Agrícola – EFA

A história da Pedagogia da Alternância no Brasil tem início no fim dos anos 60, através da Escola Família Agrícola (EFA), nos municípios de Anchieta, Alfredo Chaves Iconha, no Estado do Espírito Santo. O processo de implantação das EFAs se deu através da discussão com as comunidades rurais interessadas na melhoria da produção agropecuária e da qualidade de vida. O MEPES – Movimento Educacional e Promocional do Espírito Santo foi a entidade criada para promover as EFAs. O MEPES contava, nesta fase inicial, com o apoio da COOPERAÇÃO ITALIANA. Tanto o Espírito Santo, quanto outras regiões brasileiras, no final dos anos 60, tinham alguns aspectos semelhantes aos existentes na França dos anos 30:

· Economia primária agrícola;
· Uma região onde a maioria da população ainda vivia no campo;
· Um processo de êxodo rural acelerado, com desânimo dos que ficavam;
· Desvalorização sócio-cultural do homem do campo;
· Empobrecimento econômico e cultural do meio rural;
· Homem do campo com espírito religioso profundo e trabalhador insaciável.

O MEPES foi uma entidade importante no processo de expansão das EFAs para além do Espírito Santo. O Centro de Formação de Monitores, situado em Piúma – ES, era o pólo irradiador da Pedagogia da Alternância. A partir da Segunda metade dos anos 90, a UNEFAB (União Nacional das Escolas Famílias Agrícolas do Brasil) assume o papel de representação, assessoria pedagógica, animação das EFAs de todo o Brasil e formação inicial e continuada dos Monitores, Coordenadores e dirigentes das Associações EFAs, bem como da divulgação e acompanhamento da expansão do movimento.

São trinta anos de vida das EFAs no Brasil, sendo que a sua expansão aconteceu com maior intensidade a partir dos anos 80.

Nos anos 70, e parte nos 80, as EFAs constituíam-se como Centros de Formação Profissional, integrada formação propedêutica  em regime de suplência. Desde o início até hoje as EFAs são, na sua maioria, do Ensino Fundamental (5ª a 8ª série). No final dos anos 80 e nesta década, final do segundo milênio, praticamente, quase todas passam da suplência para o Ensino Regular. Nesta mesma época acontece a expansão para o nível médio (Técnico em Agropecuária).

As EFA s estão presentes em 21 estados do Brasil, perfazendo um total de 216 escolas.

A PEDAGOGIA DA ALTERNANCIA NO CEARÁ

        A Escola Família Agrícola Dom Fragoso, está localizada no município de Independência, no Centro Oeste do Ceará, no semi-árido brasileiro, e está aberta ao Território Inhamuns/Crateús.

        Iniciou seu projeto em 2002, com 25 jovens numa turma de 5ª série. Surge do sonho de trabalhadores e trabalhadoras rurais de proporcionar aos filhos e filhas uma educação que permitisse uma melhor convivência com o semi-árido e a sua permanência no campo.

        Busca promover uma formação integral desses jovens e adolescentes, contribuindo para o desenvolvimento sustentável do meio rural e integrando famílias e comunidades; e juntar a sabedoria prática com a teórica possibilitando condições indispensáveis para serem protagonistas de uma sociedade em transformação. Para alcançar esses objetivos utiliza a Pedagogia da Alternância que consta em passar 15 dias na EFA, onde eles (as) estudam, cuidam da propriedade (casa e processos produtivos), crescem na convivência fraterna e espiritualmente (através de orações) e praticam esporte.  Nos outros 15 dias passam com suas famílias e comunidades, espaços em que realizam o Plano de Estudo (pesquisa da realidade), levantam os problemas e colocam em prática os novos conhecimentos e descobertas que fazem, integrando ESCOLA-FAMÍLIA-COMUNIDADE. 

        Essa pedagogia opta por um modelo de formação que respeita a vida, o ser humano e os recursos naturais. Os seus instrumentos pedagógicos ajudam a sustentar vínculos mais fortes da Escola com a ecologia, num sistema de produção mais diversificado, com aproveitamento dos insumos disponíveis nas propriedades, com menores desperdícios, reduzindo custos e aumentando a rentabilidade econômica. Além de provocar transformações positivas em seus alunos, estende-as às suas comunidades de origem e regiões, fazendo a diferença em relação à Escola tradicional.



1.9 - INFRA-ESTRUTURA

           A Escola Família Agrícola Dom Fragoso  possui uma estrutura simples, mas, adequada ao funcionamento, com capacidade para acomodar educandos/as, monitores/as, auxiliares e coordenação, composto por:  02 salas de aula, uma sala para o laboratório de Ciências Agrárias (em implantação), 01 auditório com capacidade para 180 pessoas, 01 padaria, 02 alojamentos feminino com capacidade para 48 mulheres, 02 alojamentos masculino com capacidade para 96 homens, 01 cozinha/cantina, 01 secretaria, 01 refeitório com capacidade para 72 pessoas, 04 apartamentos para visitantes e colaboradores/as, 02 casas para os monitores/as, 01 sala de TV e  jogos, 01 anfiteatro, 01 garagem, 01 lavanderia, 01 praça com jardim, 01 área de serviços, 01 telhoça e 14 Unidades Educativas de Produção: pocilga, aviário, pomar, agrofloresta, agrossilvopastoril, horta, mandala, apiário e casa do mel, casa de sementes,viveiro de mudas, brejo,caprinos, ovinos, bovinos.  


 Recursos Pedagógicos existentes:

        Além das áreas de experimentação que constituem campos didáticos de ensino: a EFA dispõe ainda de 01 TV, 01 antena parabólica, 01 vídeo, 02 Aparelhos de DVD’s aproximadamente 400 fitas e dvd’s, 22 computadores, 01 impressora (jato de tinta), 01 impressora scanner copiadora, 01 scanner, 02 máquinas fotográficas digital, CD Rom,  02 retroprojetores,  02 data show, 01 sistema de som interno, mapas diversos e outros, para o desenvolvimento de suas atividades pedagógicas.

1.10 - RECURSOS FINANCEIROS

A manutenção da EFA Dom Fragoso tem sido garantida da seguinte forma:

• Entidade Mantenedora – no caso desta escola é feita pela Associação Escola Família Agrícola de Independência (AEFAI), que através de convênios, projetos e doações diversas, assume a maior parte das despesas efetuadas.
• Auto-sustentação – com a produção de hortaliças, frutas diversas, mel de abelha, caprinos, ovinos, suínos e etc., destinado à alimentação e à comercialização  do excedente.
• Famílias – alimentação, despesas com material escolar e visitas de estudo, embora boa parte dessas famílias não consiga contribuir.
• Poder Público – pagamento do salário de  monitores/as, transporte, merenda escolar, bem como, possibilitando a realização de algumas visitas de estudo.
• ONGS – despesas várias (seminários, viagens de estudo, material didático, equipamento, reforma e ampliação de prédios, inclusive com pagamento pessoal e custeio em geral).
Um aluno em média na EFA Dom Fragoso em alternância custa, tendo presente todas às despesas da manutenção, inclusive alimentação e internato, entre R$ 1.800,00 e R$ 3.167,22 por ano.
Os custos demonstram unir ampla parceria entre a Entidade Mantenedora e entidades públicas e privilegiadas.
Os custos de manutenção dessas unidades revelam que são viáveis e representam uma das melhores alternativas para a formação profissional do jovem do meio rural.

2. JUSTIFICATIVA

        O curso de Ensino Fundamental e de Educação Profissionalizante Integrada ao Ensino Médio, no município de Independência, justifica-se pela necessidade permanente que tem a Escola Família Agrícola  de acordo com a  natureza do trabalho que desenvolve (Educação do Campo) e com quem desenvolve (jovens do meio rural),  de oferecer uma educação profissional aos jovens filhos/as de agricultores,  que há muito esperam por essa oportunidade,  para poderem prosseguir seus estudos no sistema de alternância sem desvincular da família e do mundo do trabalho, a fim de obterem uma profissionalização na área agropecuária, área em que atuam e gostariam de buscar através desse curso,  maiores conhecimentos e aperfeiçoamentos para poderem permanecer no meio e nele, ambos se desenvolverem. 

O nosso município é desprovido de curso técnico. E tendo presente que a vocação do mesmo está centrada na agropecuária, pensamos ser necessário a implantação de um curso dessa natureza para atender as demandas do município de Independência e outros como: Choró, Crateús, Monsenhor Tabosa, Nova Russas, Pedra Branca, Parambu, Quiterianópolis, Quixeramobim, Santa Quitéria, Tamboril e Tauá,  aos quais atendemos atualemnte.

Vale salientar que tanto o município de Independência quanto aos demais supracitados, têm base econômica no setor primário, e uma estrutura fundiária caracterizada por pequenas propriedades que praticam a agricultura familiar; além de uma expressiva população rural se comparada aos índices nacionais, o que é garantia de uma vasta clientela para a escola.

Com seu Projeto Educacional, a Escola Família Agrícola Dom Fragoso tem ajudado para a revitalização do associativismo através da prática e aquisição de competências e responsabilidades, que ajudem no fortalecimento dos princípios de cooperação, como também, para o desenvolvimento de um projeto sócio-profissional que permita ao jovem vivenciar plenamente sua cidadania.

Tudo isso contribui para que o jovem saiba avaliar e refletir sobre o sistema sócio-econômico e político vigente, de forma que os conhecimentos, habilidades, valores e formas, não se tornem somente instrumentos mensuráveis pelo mercado, mas, algo que pertença de maneira autônoma à pessoa jovem.

        O desenvolvimento de um amplo projeto social é, portanto, um dos maiores desafios para o resgate das potencialidades dos municípios. A Escola Família Agrícola Dom Fragoso se propõe contribuir, através da educação geral, humana e profissional de jovens camponeses/as para que se tornem agentes de transformação social.

As famílias precisam de uma escola que ensine aos seus filhos/as a lidarem com a terra, o meio ambiente, de forma criativa, inovadora e independente de fatores externos à  sua propriedade e que lhes proporcione segurança, através do conhecimento de valores éticos, morais, intelectuais, meios de convivência com o semi-árido, onde os jovens possam adquirir todos os conhecimento da base nacional comum e ainda preparar para exercer empreendimento dentro da sua comunidade, não precisando sair. Isto justifica a necessidade que as famílias sentem de uma Escola Família Agrícola de Ensino Médio, com uma formação profissional de nível Técnico em Agropecuária que dê aos educandos/as a chance de escolher, segundo sua vocação, pelo seu futuro, seja continuidade aos estudos, seja dedicando ao trabalho.

Em segundo lugar, a ausência de uma educação que atenda à demanda rural no nível anteriormente citado, contribui para o aumento do êxodo rural. Primeiro vão os filhos para as cidades na busca de continuidade dos estudos. Atrás vem a mãe para acompanhá-los, desestruturando a vida familiar e a produção familiar. Com o tempo vem o pai. Toda a família passa a viver na cidade, engrossando periferias, favelas, sem nenhuma infra-estrutura, saneamento, sem perspectivas de emprego rentável, segurança física e alimentar.

Quando migram apenas os filhos, os mesmos não retomam ao meio rural em função do processo de aculturação que sofrem. Quando retornam não encontram muita utilidade para os conhecimentos que adquirem, pois os mesmos não são apropriados à realidade e necessidades de campo.

Este projeto se justifica por uma questão de direito resguardado, tanto pela Constituição Federal, quanto pela nova LDB (Lei 9394/96), que situam a educação profissional, na confluência dos direitos do cidadão, à educação geral-humana e ao trabalho. A Constituição Federal, em seu artigo 227, destaca “o dever da família, da sociedade e do Estado em assegurar ao adolescente, com absoluta prioridade, o  direito à vida, à saúde, ao respeito, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização...” O Artigo 205 da Carta Magna cita ainda: “A educação é direito de todos e dever  do Estado e da família, visando pleno desenvolvimento da pessoa, seu progresso para o trabalho.” O artigo 39 da LDB no seu parágrafo único define que: “O aluno matriculado ou egresso do ensino fundamental, médio e superior, bem como o trabalhador rural em geral, contará com a possibilidade de acesso à educação profissional.”
        A educação básica, sólida e profissional adequada às reais necessidades e potencialidades das comunidades diminuirá o êxodo rural e regional e propiciará desenvolvimento total formando jovens cidadãos e empreendedores no meio rural. Queremos ao mesmo tempo concluir o Ensino  Médio  e a  Educação Profissional de nível técnico. De acordo com o § 1º do Art. 1º da LDB. “A educação deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social. A Pedagogia da Alternância possui os instrumentos pedagógicos concretos que possibilitam isto, de fato, há mais de sessenta e cinco anos.


3. OBJETIVOS

– Objetivo Geral:

Promover uma Formação Contextualizada e Integral de jovens agricultores/as camponeses/as, buscando desenvolver o protagonismo juvenil e tecnologias apropriadas para a convivência com o Semiárido do território Inhamuns /Crateús, na perspectiva do bem viver no sertão cearense.

– Objetivos Específicos:

ØFormação Integral do jovem, a nível humano-social, intelectual-profissional e ético-espiritual;
ØDiminuir, a níveis aceitáveis, os índices de evasão e repetência;
ØPermanência dos ex-alunos no campo;
ØMelhorar a qualidade de vida das famílias;
ØPromover avanços em aplicações de tecnologias adaptadas e de fácil acesso,              conservadores dos recursos naturais;
ØUtilização de práticas modernas, compatíveis com agricultura auto-sustentável;
ØPromoção e transformação de produtos em vista de agregação de valores;
ØOrganizar a produção e a comercialização de seus produtos, através de associações e/ou cooperativas.

      A Escola   Família Agrícola Dom Fragoso que mantém o ENSINO FUNDAMENTAL E EDUCAÇÃO PROFISSIONALIZANTE INTEGRADA AO ENSINO MÉDIO,  com base na Lei 9.394/96,  tem por objetivos:
Ø A consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento dos estudos;
Ø A preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando para continuar aprendendo de modo a ser capaz de se adequar com flexibilidade às  novas condições de ocupação ou aperfeiçoamentos posteriores;
Ø O aprimoramento do educando/a como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;
Ø A compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina;

4  - METAS

Ø  Oferecer estudos a nível Fundamental e Educação Profissionalizante Integrada ao Ensino Médio a todos os educandos/as;
Ø  Garantir através do processo de formação, a preparação básica para o trabalho, a todos os/as alunos/as matriculados;
Ø  Oferecer em seu currículo elementos que possibilitam a formação humana, ética, espiritual, ecológica etc, a todos os/as alunos/as;
Ø  Relacionar nas disciplinas do currículo a teoria com a prática no processo de formação de todos os alunos.

4. PROPOSTA PEDAGÓGICA

4.1 – Os pilares da Pedagogia da Alternância

        Com os objetivos estabelecidos, a EFA Dom Fragoso propõe uma pedagogia específica, denominada: Pedagogia da Alternância .
A pedagogia da alternância consiste na Organização da formação em espaços e tempos diferenciados: um período letivo no centro educativo alternado por um período letivo no meio sócio-profissional. Estes períodos alternados variam de escola para escola, devido às peculiaridades regionais, podendo ser de uma semana ou de quinze dias. No nosso caso, são de 15 dias.

A alternância está embasada no princípio de que a vida ensina mais que a escola, por isso o tempo escolar é alternado e integrado com o tempo familiar. O trabalho e as experiências sociais no meio integram o currículo, constituem os conteúdos vivenciais básicos da ação educativa da EFA.

Na Pedagogia de Alternância a ação educativa não está vinculada à mera comunicação dos conhecimentos, atos que exigem somente compreensão e memorização, mas, sobretudo, proporciona a operacionalização de pesquisas, e experimentações práticas e considera a experiência do cotidiano a matéria prima para uma aprendizagem dinâmica, contextualizada e interessante. Assim a Pedagogia da Alternância é um sistema que, conjugando momentos de aprendizagem em períodos distintos, mas com estreita relação, permite que o momento vivido na escola seja a continuação de sua vida. “É a vida que entra para a sala de aula.”( in FRENÉT, Celestin. Uma Pedagogia de Complexidade e Cooperação. Maria Del Crappo Elias, pp. 63. Vozes, Petrópolis, 1997). Busca-se a construção do conhecimento a partir do conhecimento empírico do meio rural.

A aquisição dos conhecimentos é feita de forma crítica e participativa, cooperativa, numa conjugação de vários parceiros: pais, monitores, os próprios jovens como principais sujeitos, comunidades, as famílias, lideranças, orientadores de estágios e entidades afins.

A pedagogia de alternância acredita na experiência coletiva como elementos da verdadeira aprendizagem, uma aprendizagem crítica e dialética. É uma proposta que busca a socialização do saber, a valorização da cultura popular, bem como o diálogo para um aprofundamento científico e aprimoramento desses saberes.

A organização do ensino no regime de alternância possui três momentos interpenetrados, ou seja, integrados que conjugam um itinerário com um processo de aprendizagem:

Primeiro: No meio Sócio profissional: observação – descrição da realidade – convivência familiar e comunitária – experiência do trabalho – saber empírico.
Segundo: Na escola: Colocação em comum da reflexão de cada alternante, formalização – conceitualização – problematização – análise – aprofundamento e sistematização do conhecimento popular com os conhecimentos escolares – saber teórico.
Terceiro: No meio sócio-profissional, retornando à família e ao trabalho o jovem fecha o ciclo do processo metodológico realizando experiências e aplicações dos estudos, confronta os saberes teóricos e práticos, faz novas interrogações e novas pesquisas – saber prático.

O meio sócio profissional constitui-se no eixo central do Projeto Pedagógico e não o programa oficial convencional. A experiência de vida é ponto de partida do processo de ensino e aprendizagem, mas é também ponto de chegada, pois os jovens retornam ao seu meio com propostas de atividades concretas para aplicação e experimentação. É o princípio dialético do trabalho-estudo-trabalho, ou ação-reflexão-ação.

Não acontece justaposição de etapas, mas uma complementação entre o período vivido em casa com o período vivido na escola, com uma continuidade formativa na descontinuidade de atividades e de espaço e tempo.

A alternância possibilita ao jovem comprometer-se experimentar, avançar tecnicamente, responsabilizar-se, dialogar e inserir-se no meio rural com os adultos na busca de soluções de problemas e de melhorias da qualidade de vida.

Depois de caracterizar a Pedagogia da Alternância podemos, então, explicitar que esse projeto educativo da EFA possui quatro pilares fundamentais:

Associação, Pedagogia de Alternância, Formação Integral da pessoa humana e o Desenvolvimento Rural Sustentável.
Þ                    A Associação como princípio da participação e do envolvimento das famílias com problemas da formação, do futuro dos jovens e do desenvolvimento local; associação como meio concreto de responsabilizar-se pelo Plano de Formação da Escola e pela gestão como forma de garantir os princípios político-pedagógicos;
Þ                    A alternância como princípio metodológico, como estratégia da ação pedagógica mais eficaz, mais apropriada à realidade do campo e da profissionalização de jovens rurais;
Þ                    A formação integral da pessoa humana como uma das principais metas da ação educativa;
Þ                    Desenvolvimento Rural Sustentável .  A Educação sozinha não transforma o meio, porém sem ela se torna impossível qualquer  transformação. É a finalidade da proposta educativa da Pedagogia da Alternância.
Baseada nesses princípios, a EFA tem sua linha pedagógica organizada e definida constituindo a Alternância sua estrutura fundamental.

4.2 – Plano de Formação

        O Plano de Formação organiza os instrumentos metodológicos e as alternâncias. Ele possui duas lógicas: uma representada pela experiência de vida dos jovens, suas atividades e responsabilidades familiares, sociais, dentro do ambiente local e regional e a outra constituída dos aspectos escolares formais,  subordinados aos “controles” sociais externos à instituição escolar.

Ele é a expressão de uma política de formação dentro de um ciclo, constituindo-se num contrato entre os jovens em formação, os parceiros da formação, pais, monitores/as e autoridades locais e regionais.

É o Plano de formação, que possibilita adaptar o currículo da EFA à realidade de vida dos seus alunos/as, relacionando os assuntos a serem estudados nos períodos letivos e fundamentando os planos de ensino e de aula. Busca-se com ele uma organicidade do conteúdo curricular do curso.

Dentro desse Plano de Formação, o conteúdo desenvolve-se progressivamente, tentando respeitar a evolução psico-social do jovem. Por isso, na elaboração desse plano de formação cabe a equipe de monitores:

ØFazer levantamento de questões, temas, problemas e desafios de interesse dos agricultores;
ØVer questões implícitas à realidade rural, porém não explicitadas pelos agricultores;
ØVer os temas básicos enfrentados com os alunos nos anos anteriores;
ØClassificar os temas por importância e peso cultural ideológico;
ØDeterminar um objetivo geral de cada tema gerador;
ØDestrinchar o conteúdo de cada assunto;
ØDividir os temas em unidade de ensino: biofísico, agro-ecológico, social e econômico-político;
ØDar progressão aos assuntos, do mais simples ao mais complexo;
ØTraçar pistas para propor os Planos de Estudo, os quais para cada tema podem ser mais do que um.
ØDeterminar as matérias de ensino que cada tema abranger com mais intensidade;
ØProgramar as sessões escolares: carga horária máxima por tema, encontros para rever e complementar o conteúdo para integrar os vários aspectos dos temas entre eles e dar uma maior organicidade e globalidade de visão aos mesmos, as dinâmicas, as avaliações e outras coisas;
ØProgramar os passos a serem dados durante a sessão, após a chegada do Plano de Estudo respondido, para poder dividir as aulas e tarefas dentro e fora da EFA;
ØEnfim, ver o retorno para casa-comunidade, aquilo que foi aprofundado e debatido na EFA.


4.3 – INSTRUMENTOS METODOLÓGICOS – PLANO DE ESTUDO

        Para que haja, de fato continuidade de aprendizagem na descontinuidade de atividades e de espaços e tempos, são utilizados instrumentos pedagógicos específicos,  tais como: Plano de Estudo, Caderno da Realidade, Viagem e Visita de Estudo, Serões, Intervenções Externas, Caderno de Acompanhamento, Visitas às famílias, Estágio e Projeto  Profissional.

v    Plano de Estudo -  Constitui o principal instrumento metodológico na articulação autêntica entre: Casa-Escola, conhecimentos empíricos e teóricos, trabalho e estudo. Através do Plano de Estudo   as potencialidades da Alternância se valorizam, tornando-se em ato concreto de fonte de reflexão, problematização e interferência sobre a realidade. Ele é um caminho de mão-dupla, uma que leva os conhecimentos da cultura popular para a EFA e a outra é responsável de levar para a vida cotidiana as reflexões  aprofundadas na escola.
No final ou início de cada ano a EFA define os temas geradores para cada Alternância, ou seja, os Planos de Estudos a serem pesquisados em casa ou no meio. Alunos e familiares participam da elaboração dos temas. No final de cada sessão escolar os monitores aplicam o Plano de Estudo, isto é, motivam o tema e implicam os jovens na elaboração do roteiro da pesquisa. Este roteiro previamente avaliado e levado para a estadia em casa é orientado para que a pesquisa retorne com sucesso à escola.

Os temas possuem uma lógica com uma progressão que atende ao desenvolvimento físico e psíquico dos jovens, que aproxima da realidade do jovem, que motiva o interesse e contextualiza o aprendizado.

Atividades Retorno
A atividade Retorno e Experiências consistem na fase conclusiva de um tema de Plano de Estudo. A EFA planeja com os jovens a forma como evolver ou retornar a pesquisa para a família, Comunidade ou entidades sociais e produtivas onde a pesquisa foi realizada. Uma atividade retorno poderá ser por exemplo: a realização  de uma palestra na comunidade, o desenvolvimento de uma campanha, a demonstração de uma técnica, etc.


v    Caderno da Realidade - Acumula o registro de conhecimentos sobre a realidade. Nasceu da necessidade de sistematizar a pesquisa; nele o jovem registra todas as suas reflexões e estudos aprofundados. É o elemento que permite a sistematização nacional da reflexão e ação provocadas pelo Plano de Estudo. “Lugar” onde ficam ordenadas as informações e experiências realizadas em casa e na escola.
 A nível didático o Caderno da Realidade representa:
a)   Tomada de consciência e uma particular percepção  da vida cotidiana do jovem alternante;
b)   Desenvolvimento de formação geral, porque retrata a história da família, da propriedade onde trabalha, da Comunidade, das organizações, profissionais e de outros aspectos que compõem a estrutura familiar e comunitária;
c)   Representa um elemento de orientação profissional porque as reflexões  que são registradas são frutos dos trabalhos do jovem, da vida profissional e social da família.
A nível pedagógico o Caderno da Realidade representa um instrumento precioso no aprofundamento das aulas e na avaliação do desenvolvimento psiquico-afetivo, intelectual, organizacional e profissional do alternante.

v    Viagem e Visita de Estudo - Têm por finalidade levar os alunos a observarem a prática em ambientes diferentes àquele em que vivem experiências existentes, seja no campo profissional, ou social. Visam o conhecimento de novas realidades e de novas técnicas, o confronto com realidades diferentes da sua e realizar intercâmbios de informações e experiências práticas no campo profissional e social.

As visitas são motivadas pelo Plano de Estudo. É uma forma de complementar o tema em estudo, valorizando o conhecimento prático  de profissionais da região. É mais uma estratégia de aprendizagem a partir da experiência dos outros.
Ao finalizar a visita ou viagem de Estudo todo o relato deverá ser registrado no Caderno da Realidade e aproveitado para avaliação nas disciplinas afins.

v    Serão - é um recurso indispensável no ambiente educativo do internato – é um dos recursos utilizados para reflexão sobre temas diversos de interesse dos alunos, promovendo debates e interrogações de questões que promovem tanto o crescimento individual do aluno como também do grupo. Acontece à noite e, geralmente, é dado por um convidado em função de sua ligação com o tema do Plano de Estudo. Quando não se encontra a pessoa adequada ou que as circunstâncias não o permitem, o próprio monitor responsável do dia se encarregará de trabalhar determinado tema com os jovens.

v    Intervenção Externa - consiste em palestras, cursos, seminários... Realizados a partir dos Planos de Estudo. Serve para complementar o tema. São convidados agricultores, pais, mães de alunos, produtores, técnicos, profissionais que tenham  afinidade e algo a contribuir a partir da experiência pessoal e profissional. Os alunos são preparados e, geralmente, descrevem a atividade em relatórios e acrescentam ao Caderno de Realidade.
A formalização e conceitualização dos temas a partir dos conteúdos disciplinares,são enriquecidos das visitas e intervenções. O jovem é levado a confrontar o conhecimento pessoal e comunitário com os conhecimentos dos outros profissionais da região e os conhecimentos teóricos de livros e dos monitores. No final são convidados a tirarem conclusões a partir das comparações e análises proporcionadas pelo processo educativo alternante.

v  Caderno de Acompanhamento - É  um meio de comunicação entre a escola e a família. Com ele a família se implica no processo acompanhando e orientando seus filhos sobre o que fazer durante a estadia em casa ao  realizar um Plano de Estudo, um estágio, uma experiência, uma atividade retorno, uma pesquisa para a matéria, etc. a família se informa sobre tudo o que ocorreu na EFA, inclusive avaliação de convivência, habilidades práticas e aprendizagem. Por outro lado, o caderno de acompanhamento traz informações sobre a vida em casa e implica mais os alunos na realização de suas tarefas e atividades comunitárias.
O caderno de acompanhamento é um instrumento de avaliação que substitui o boletim escolar e até o diário do professor.


v  Visitas às Famílias - Atividade desenvolvida pelos monitores no meio familiar do aluno. Têm por objetivos:
a)   Aproximar a escola da família e comunidades;
b)   Facilitar o conhecimento da realidade do aluno;
c)   Criar condições para o estabelecimento do diálogo entre monitores e pais e entre pais e filhos, proporcionando discussões e entendimento sobre as responsabilidades de cada um no processo educativo dos jovens; sobre questões técnicas e pedagógicas  da escola;
d)   Implicar mais os pais no acompanhamento do filho durante a estadia em casa, de forma que eles se tornem monitores durante este período de aprendizagem no meio.
e)   Envolver mais os pais na vida da escola e na participação efetiva da Associação.


A EFA realiza indiretamente uma verdadeira extensão rural que consiste, sobretudo, num processo formativo dialogal sem imposição e transferências de  “pacotes tecnológicos”.

v  Estágios - Constituem mais um dos recursos utilizados na estrutura pedagógica. São atividades programadas, com duração de dois ou três dias em propriedades agrícolas, acompanhados por entidades sociais, de assistência, etc.
        Retornando à escola ocorre o relato da experiência para os colegas, monitores, pais e parceiros. O registro deverá fazer parte do Caderno da Realidade.

v  Projeto Profissional - Ao iniciar seus estudos na EFA, o jovem será orientado a construir o seu Projeto Profissional. Será um meio do jovem concretizar as pesquisas dos Planos de Estudo buscando conhecer melhor a realidade sócio-econômica, cultural, política e profissional regional. Começar a pensar no futuro como profissional. O Projeto será um meio de buscar inserção no mundo do trabalho, ou seja, de implementar um empreendimento que gere emprego e renda para o jovem. Com este instrumento a EFA pretende proporcionar aos jovens uma alternativa de futuro. Por isso, os Planos de Estudo deverão orientar-se nesta linha, de profissionalização de jovens empreendedores rurais.





4.4 – COLABORADORES NA FORMAÇÃO

        A pedagogia da Alternância se compromete como uma “Pedagogia da Complexidade e Cooperação”. Ela acontece através de um projeto educativo que reúne um conjunto de parceiros, os quais interagem na formação do jovem. Essa interação entre jovens, monitores, mestres de estágios e famílias, faz deles os principais agentes educacionais da Pedagogia da Alternância:

      Os Pais Agricultores/as:

São protagonistas das ações de formação dos seus filhos. Acompanham as atividades de forma participativa e responsável, favorecendo o diálogo entre a família e a escola. No Plano de Estudo, são possuidores de conhecimentos práticos da realidade local e responsáveis por transferi-los ao aluno e a sua escola, socializando esse saber, tanto do nível da cultura como da sua tecnologia e atividades desenvolvidas.

      Os Monitores/as:

Acompanham a evolução individual do jovem, não como fornecedor de conhecimentos, porém como orientador-técnico; não dirige, participa; não comanda, não ensina, aprende com os alunos, buscando relacionar os fatos entre si, da descoberta na vida e no ensino, na compreensão crítica das implicações da assistência técnica. No Plano de Estudo age como motivador, orientador e facilitador desse processo de aprendizagem e capacitação.

      Os Mestres de Estágio:

São aqueles que, durante o período de estágio, possuem a função de orientador profissional e geral no crescimento do jovem. Eles atuam seguindo os seguintes objetivos:

-  Assumem a formação do jovem;
-  Ajudam o jovem no seu crescimento integral;
-  Ajudam o jovem em sua inserção no ambiente e na reflexão sobre o futuro;
-  Favorecem a progressiva participação do jovem no conjunto dos trabalhos do empreendimento e/ou empresa;
-   Permitem ao jovem (dentro do possível), acesso a diferentes iniciativas e responsabilidades.

O trabalho profissional do jovem e a sua formação prática estão sob a responsabilidade do mestre de estágio. A competência e a experiência adquirida pelo jovem são importantes como base na formação e para a sua inserção profissional.

Os Educandos/as:

Tornam-se sujeitos de sua própria história, que através da descoberta da sua realidade, graças ao Plano de Estudo, fazem-se animadores (líderes) e participam do desenvolvimento sócio-político-econômico-religioso da comunidade. Como executores do Plano de Estudo são pesquisadores rurais em fase de formação.



5. SISTEMA DE APRENDIZAGEM E AVALIAÇÃO

        Os educadores podem avaliar o trabalho dos alunos, ao mesmo tempo, individualmente e grupal. Para ajudar de modo correto, corrigido ao mesmo tempo suas próprias fragilidades que, algumas vezes, não se encontram projetados nas fragilidades dos alunos .

        O grupo de Alunos poderá avaliar o seu trabalho enquanto grupo, por viver e trabalhar em grupo durante o período de sessão. A convivência do grupo, é ainda avaliada ao final desse período, bem como parte da aprendizagem, da  seguinte forma:

a) Parte da Convivência
Avalia-se comportamento, convivência, habilidades e atitudes positivas e atitudes negativas.
b) Aprendizagem
Avalia-se as aulas dadas seus conteúdos, bem como as varias maneiras e atitudes pedagógicas da EFA (Escola Família Agrícola). Procura também colher os resultados obtidos no período de aula, em cada sessão.

A avaliação deve observar nos alunos os pontos fracos ou errados, permitindo uma correção adequada. Podemos dizer que uma boa avaliação deve considerar todos os aspectos da pessoa. Por isso a educação deve promover um crescimento do homem de forma total.


Sistema de Aprovação

- Exercícios, debates, participação nas aulas e outras atividades durante a sessão na EFA:
- Exposição oral na EFA e nas reuniões comunitárias:
- Praticas: campo e economia doméstica:
- Avaliação de alternância (período que o aluno passa com a família e comunidade):
- Avaliação geral ao final de cada sessão:
- Provas: resultados expressos em conceitos ou notas de acordo com o Regimento Escolar.

O aluno estará em condições de ser promovido se houver alcançado o nível correspondente de maturidade em seu processo  de formação.







6. ESTRUTURA DE FUNCIONAMENTO

6.1 – Calendário Escolar ( dias letivos, feriado)
                    O calendário escolar tem presente 4 aspectos: sócio-cultural, participativo, geográfico e legal.

                    O básico das alternâncias formativas ultrapassa às 800 horas anuais exigidos pela legislação em vigor e são flexíveis, atendendo necessidades e decisões de cada unidade.

                    Alem das horas trabalhadas na unidade educativa, são desenvolvidas horas de trabalhos práticos e de pesquisas de plano de Estudo nas Alternâncias familiar. As alternâncias no estabelecimento e na família contam como dias letivos para efeitos das 800 horas e 200 dias letivos, não significam aulas exclusivas em sala.

6.2 – Proposta Curricular
                       O plano curricular é composto de conteúdos pertencentes às matérias de Ensino Básico, exigido por lei e matérias de Ensino Técnico de acordo com cada Unidade Educativa.

 Atendendo as especificidades da Pedagogia de Alternância, o plano curricular comporta atividades práticas, relacionadas aos conteúdos, no meio sócio – profissional.

A alternância implica na organização de períodos de estudos na ESCOLA e períodos de estudos no MEIO SÓCIO-PROFISSIONAL, ou seja, a organização do ensino se dá em etapas presenciais na escola e outras em ambientes exteriores, de forma seqüencial. Os momentos de aprendizagem no meio sócio-profissional são orientados e supervisionados pela equipe de monitores/professores.

O desenvolvimento de atividades teóricas e práticas na escola têm uma carga horária de oito horas diárias, além das intervenções externas: pessoas da comunidade e/ou especialistas que ministram palestras de interesses dos alunos e monitores, geralmente à noite, no que chamamos de serões.

A escolarização, obedecendo ao currículo mínimo da rede oficial, deverá instrumentalizar, através da Pedagogia da Alternância, ao educando/a da Educação Profissionalizante Integrada ao Ensino Médio na busca de soluções para sua vida, individual e coletiva, propondo-lhe uma valorização do saber, enquanto meio do povo; entender de forma crítica a sua realidade  buscando maneiras alternativas de enfrentar desafios, no sentido de superá-los e de ir em direção a uma sociedade justa e democrática. Para isso, os seus conteúdos:
Possuem uma progressão a nível vertical, dentro de cada série, como nas três séries do Ensino Médio/Educação Profissional na EFA;
Todos os aspectos científicos de cada tema, são complementações do aprofundamento da realidade estrita e ampla do aluno;
Os temas são amplos e progressivos, dando espaço a ação, permitindo conclusões gerais;
Permite uma interdisciplinaridade de forma a levar o jovem a estar sempre questionando a sua realidade.
Desta forma, as matérias de base nacional comum deverão fornecer os meios científicos para explicarem os porquês das questões levantadas pelos alunos e respondidas de forma empírica por seus pais e pessoas da comunidade. As matérias técnicas, da parte diversificada, serão de ordem prática-teórica. E, portanto, são planejadas e desenvolvidas pelos monitores, observando as atividades produtivas implantadas na EFA.

6.3 – Corpo docente e técnico
        Atualmente o corpo docente da EFA Dom Fragoso é formado por 19 profissionais, são 10 monitores/as tempo integral, 04 professores temporários, 02 professores/as voluntários, 03 auxiliares de serviços gerais.  Sendo 12 com formação superior , 04 técnicos de nível médio e 03 de nível médio.

6.4 – Corpo Discente

Atualmente o corpo discente da EFA Dom Fragoso é formado por 131 jovens, onde são 54 mulheres e 77 homens, distribuídos 38 no Ensino Fundamental e 92 no Ensino Médio Profissionalizante.


7. GESTÃO ADMINISTRATIVA E PARCERIAS.
                  A estrutura administrativa da EFA Dom Fragoso é formada por:
Ø   Entidade Mantenedora
Ø   Associação de Pais
Ø   Equipe de Monitores/as
Ø   Educandos/as       

 Essa participação plural se da com objetivo de se criar uma gestão participativa e democrática em torno do projeto EFA, tendo em vista que a escola é criada em função das famílias logo o papel dos pais torna – se determinante para a sua autenticidade.

Responsabilidades:

Da entidade Mantenedora:
ü  Conseguir recursos para manutenção
ü  Admitir e demitir a equipe de monitores/as, coordenador/a e auxiliares
ü  Administrar e decidir sobre questões política – administrativa da associação e da educativa
ü  Ajudar na construção do plano de formação e acompanhar a sua execução.

Do/a Coordenador/a:
ü  Cuidar da parte pedagógica
ü  Delegar responsabilidades e dividir tarefas
ü  Representar a entidade perante autoridades e instituições
ü  Administrar o pessoal
ü  Animar a equipe de educadores
ü  Manter informado o conselho administrativo
ü  Prestar conta do trabalho educativo e das finanças
ü  Avaliação do processo e do grupo


CONCLUSÃO

        Concluindo esse Projeto Político Pedagógico da Escola Família Agrícola Dom Fragoso, queremos reforçar o sonho que todos (as) temos e que está expresso em nossos objetivos: contribuir para o surgimento de novas pessoas bem aprimoradas no exercício da cidadania, construindo uma sociedade diferente, a partir da sua vivência e experiência no campo e do campo.

Comentários