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Apoio coletivo é janela de oportunidade para crescer

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24/10/2010
Os mais variados segmentos estão se unindo para compartilhar vantagens e dividi-las com a clientela
Novos parâmetros norteiam as iniciativas de empreendedores que optam por atuar coletivamente. Em um mercado de alta competitividade, há pessoas e empresas que passam a ver os concorrentes como parceiros depois de integrar experiências associativistas. Empreendedores de diversas áreas vêm rompendo as barreiras da cultura empresarial e valorizando cada vez mais as iniciativas coletivas como oportunidades para crescer. Assim, unem-se supermercados, farmácias, pet shops, salões de cabeleireiros, construtoras, frigoríficos e marcenarias para formar redes, compartilhar vantagens e dividi-las com os clientes.

"Costumo dizer que isso é uma reconfiguração da concorrência. Eu ganho espaço junto com meu concorrente. Tenho-o mais como parceiro. Nos anos 80, o conceito era matar o concorrente", avalia a professora da Faculdade de Economia, Administração, Atuária, Contabilidade (Feaac) da Universidade Federal do Ceará (UFC), Cláudia Buhamra.

A professora, que dá aulas de marketing de serviços para cooperativas em nível de especialização, considera que a ampliação de redes associativas, centrais de negócios e cooperativas é uma tendência no mercado nacional. "O Brasil é um mercado extremamente aberto a grandes grupos. Os pequenos têm dificuldade de competir e, juntos, ganham poder de compra", diz Cláudia Buhamra.

Atualmente o Serviço de Apoio às Pequenas e Médias Empresas do Ceará (Sebrae-CE) apoia 46 redes e centrais de negócios que atuam em 13 setores da economia no Estado. A maioria atua no comércio varejista. Aproximadamente 65% do total é formado por supermercados e farmácias.

Tendência
"O associativismo viabiliza que o pequeno tenha voz e vez. Essa é uma tendência consolidada em vários setores, como farmácias e supermercados, e que se amplia em outros, como as papelarias", diz o presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro Júnior.

A própria Confederação, criada em 1960, cinco anos depois do surgimento da primeira Câmara de Dirigentes Lojistas, é uma experiência associativista. Após três anos reivindicando mudanças no sistema de cartão de crédito no País, a atuação coletiva dos lojistas obteve uma conquista que deve representar economia de R$ 10 milhões em um ano para pequenos e grandes lojistas. A unificação de máquinas de cartão de crédito, em julho passado, possibilitou a redução de até 35% nas taxas pagas pelas lojas que recebem pagamento com cartão.

Adversidades
"O associativismo não é uma prática nova. Remonta aos tempos da caverna, quando o homem desenvolveu a capacidade de viver em grupo para enfrentar as adversidades", ressalta o presidente da Confederação de Dirigentes Lojistas (CDL), Francisco Freitas Cordeiro.

O Diário do Nordeste mapeou experiências associativistas em Fortaleza e no Interior do Ceará. Redes, centrais de compra e cooperativas que atuam em diversas áreas vêm trazendo mais do que aumento dos lucros para pequenos empreendedores individuais ou grandes empresários. No Estado, essas iniciativas têm possibilitado também a ampliação dos investimentos em formação técnica e aberto espaço para uma nova cultura empresarial.

Fique por dentro Conceito
O sistema associativo se baseia no trabalho e não no lucro. Uma associação é uma entidade de direito privado, dotada de personalidade jurídica e caracteriza-se pelo agrupamento de pessoas para a realização e consecução de objetivos e ideais comuns. Um dos objetivos é superar dificuldades. As associações têm como fim prestar um serviço, resolver problemas sociais, desenvolver potencialidades, valorizar os associados, reinvestir eventuais receitas e projetos realizados em prol de todos os associados e da população. São baseadas na ajuda mútua e não na concorrência. Entre os fatores que têm contribuído para o uso de estratégias cooperativas estão a maior demanda por soluções sistêmicas e o surgimento de novos concorrentes em negócios já tradicionais. A associação pode ser um primeiro passo para uma cooperativa, com ganhos conjuntos distribuídos.

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