Alunos de Cajueirinho pesquisam sobre o trabalho escravo na comunidade no periodo do Surgimento da Comunidade.
Alunos de Cajueirinho pesquisam sobre o trabalho escravo na comunidade no periodo do Surgimento da Comunidade.
PESQUISAS DE CAMPO
FRUTUOSO JOSÉ DE FREITAS
Frutuoso José de Freitas, residia em Córrego Fechado, Município de Acaraú. Foi o fundador desse localidade, segundo relatos do Sr. Manoel Messias de Freitas.
Por volta de 1870, Frutuoso e sua família vieram morar nesta comunidade quando adquiriu propriedades por aqui. Logo tratou de agasalhar sua família, construindo casas e dando continuidade ao seu trabalho de agricultor e criador de animais. Frutuoso era um senhor de posses, tinha grandes propriedades de terra e com isso muitas pessoas lhe prestaram serviços, inclusive um casal de escravos que trabalhava para a família desde muito tempo. Sua condição de dono de escravo não lhe tornava um senhor severo e explorador. Seus escravos tinham morada própria cedida pelo patrão.
Em pouco tempo a propriedade do Cajueirinho transformou-se na 'Fazenda Cajueirinho', nome originado de um pequeno cajueiro situado em frente a casa de Frutuoso que passou a ser o ponto de referência para quem circulava por estas terras.
Com os tres mil e seiscentos hectares de área que demarcava o Cajueirinho, Frutuoso ganhava prestígio e poder perante a sociedade. No dia 06 de abril de 1883, D. Pedro II, lhe concedeu o título de Capitão da Guarda Nacional.
Depois de ter fundado a Fazenda Cajeirinho, o velho Frutuoso entregou aos seus familiares seus bens e voltou a morar na sua propriedade de Córrego Fechado vindo visitar sua fazenda somente nos finais de semana.
O tempo e a idade se encarregaram de consumir as forças de Frutuoso que veio a falecer em julho de 1919, com 96 anos, deixando para as gerações futuras seu exemplo de vida, sua história e o Cajueirinho, que hoje de pequeno só tem o nome.
Frutuoso está presente na memória das crianças, jovens e adultos que circulam pela praça do Cajueirinho que recebeu seu nome como reconhecimento ao seu mérito.
Sabrina Sousa Moraes – 14 anos – Cajueirinho 1 – 06/10/2011 – EEF João Evangelista Vasconcelos.
CACIMBÃO – MEMÓRIA DO TRABALHO EM TEMPOS DE CRISE
NO ano de 1817, uma grande seca abalou profundamente a vida dos moradores de Cajueirinho. Frutuoso, primeiro proprietário desta terra, diante da escassez de água e do pedido de socorro do povo, reuniu os trabalhadores e mandou cavar um cacimbão no leito do Córrego para abastecer as famílias e salvar as criações de animais.
Dentre os trabalhadores que escavaram o poço havia um casal de escravos: Pedro Marques da Cunha e Jacinta Maria da Conceição. Foi um trabalho árduo e manual onde o barro era retirado em cestas de cipó e arrastado em cima de couro de boi. As paredes do tanque com o cacimbão no centro foi feita de alvenaria numa área retangular de 8 por 50 metros e 20 metros de profundidade com uma rampa para facilitar a retirada do material e a descida dos animais para beber.
O tempo passou e com isso a erosão provocada pelas águas correntes, foi soterrando o cacimbão a ponto de ficar imperceptível. Somente no ano de 1983, com uma outra seca, que afligiu a população, o governo do estado lançou um programa de emergência, o popular “Bolsão da Seca”, viu-se a possibilidade de restaurar o velho cacimbão. Cinquenta homens escavaram por quatro meses em meio a muita lama e atingiram 12 metros de profundidade.
Esta obra construída em época de crises, é de grande valor histórico para a comunidade por representar uma conquista das primeiras gerações do Cajueirinho. Atualmente o cacimbão está em processo de soterramento, mais ainda serve para matar a sede dos animais na época do verão e divertir os adolescentes que se aventuram a pescar.
TAINARA MARIA DE SOUSA CARVALHO - 13 anos – Cajueirinho 1 – 07/10/2011 – EEF João Evangelista Vasconcelos.
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